No disco  Muito , de 1978, Caetano Veloso resolveu prestar  homenagem  dupla  a São  Paulo e a um  de seus  mais  emblemáticos  cantores , Paul o Vanzolini. Assim , compôs e gravou Sampa, que  se apropria, em  caráter  de homenagem , da frase  final  da melodia  de Ronda , de Vanzolini, choro  lançado por  Inezita Barroso em  1953, clássico  desde  então . Vanzolini, que  já  não  gostava – por  motivos  lá  dele – do grupo  baiano , detestou a homenagem . Declarou-a plágio  e emendou afirmando que  o pior  registro  fonográfico  de todos  os tempos  é o de Maria Bethânia cantando Ronda . Permito-me discordar  de Vanzolini nas duas afirmações e gosto  de pensar  que  Caetano Veloso fez da esquina  de Ipiranga com  São  João um  símbolo  que  São  Paulo, até  então , não  possuía. Pois  é lá , nessa esquina , no palco  do segundo  andar  do Bar  Brahma, que  está sediado o projeto  Enquanto Isso, um  espaço  que  reúne músicos  e amigos  da música  em  noites  autorais – um  espaço  de ousadia , troca  de idéias , enriquecimento cultural. O Enquanto Isso vai para  a terceira  edição , embalado pela  beleza  das duas anteriores , com  mais  fôlego  e expectativa  de ampliar  sua  periodicidade (até  agora , os shows  se dão na primeira  e segunda  segundas-feiras de cada  mês ). Parte  dos músicos  que  mostraram sua  obra  nesta segunda-feira  é da novíssima geração  paulistana : são  nomes  dos quais  muito  ouviremos falar  nos  próximos  anos . Aposto : são  os novos  ídolos , com  linguagens  próprias, inovadoras, reestruturadoras. Venham conferir  e, depois , dêem suas  impressões .
sexta-feira, 9 de maio de 2008
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