sexta-feira, 9 de maio de 2008

2ª Edição - 7 de Abril

No disco Muito, de 1978, Caetano Veloso resolveu prestar homenagem dupla a São Paulo e a um de seus mais emblemáticos cantores, Paulo Vanzolini. Assim, compôs e gravou Sampa, que se apropria, em caráter de homenagem, da frase final da melodia de Ronda, de Vanzolini, choro lançado por Inezita Barroso em 1953, clássico desde então. Vanzolini, que não gostava – por motivos dele – do grupo baiano, detestou a homenagem. Declarou-a plágio e emendou afirmando que o pior registro fonográfico de todos os tempos é o de Maria Bethânia cantando Ronda. Permito-me discordar de Vanzolini nas duas afirmações e gosto de pensar que Caetano Veloso fez da esquina de Ipiranga com São João um símbolo que São Paulo, até então, não possuía. Pois é , nessa esquina, no palco do segundo andar do Bar Brahma, que está sediado o projeto Enquanto Isso, um espaço que reúne músicos e amigos da música em noites autorais – um espaço de ousadia, troca de idéias, enriquecimento cultural. O Enquanto Isso vai para a terceira edição, embalado pela beleza das duas anteriores, com mais fôlego e expectativa de ampliar sua periodicidade (até agora, os shows se dão na primeira e segunda segundas-feiras de cada mês). Parte dos músicos que mostraram sua obra nesta segunda-feira é da novíssima geração paulistana: são nomes dos quais muito ouviremos falar nos próximos anos. Aposto: são os novos ídolos, com linguagens próprias, inovadoras, reestruturadoras. Venham conferir e, depois, dêem suas impressões.

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